sábado, 29 de maio de 2010

Mudar o Mundo - Filosofias de vida






"A cada etapa da vida do homem corresponde uma certa Filosofia. A criança apresenta-se como um realista, já que está tão convicta da existência da peras e das maçãs como da sua. O adolescente, perturbado por paixões interiores, tem que dar maior atenção a si mesmo, tem que se experimentar antes de experimentar as coisas, e transforma-se protanto num idealista. O homem adulto, pelo contrário, tem todos os motivos para ser um céptico, já que é sempre útil pôr em dúvida os meios que se escolhem para atingir os objectivos. Dito de outro modo, o adulto tem toda a vantagem em manter a flexibilidade do entendimento, antes da acção e no decurso da acção, para não ter que se arrepender posteriormente dos erros de escolha. Quanto ao ancião, converter-se-á necessariamente ao misticismo, porque olha à sua volta e as mais das coisas lhe parecem depender apenas do acaso: o irracional triunfa, o racional fracassa, a felicidade e a infelicidade andam a par sem se perceber porquê. É assim e assim foi sempre, dirá ele, e esta última etapa da vida encontra a acalmia na contemplação do que existe, do que existiu e do que virá a existir."


Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões"



Continuando a série de posts sobre mudar o mundo quero falar sobre filosofia de vida.

Filosofia de vida é o caminho que norteia o modo como planejamos nossas interações com o mundo externo, a imagem que pretendemos ser percebidos, parecido com o conceito de posicionamento em marketing.

Eu mesmo tive algumas filosofias de vida, umas deram certo mas não consegui mantê-las outras não me levaram a nada. E tenho poucas que são tão minhas que não abro mão e nem revelo.

Contrapondo com o texto de Goethe acredito que estou em transição desta fase ‘adolescente’ onde estou me conhecendo e interagindo com o mundo, mas ao mesmo tempo tenho responsabilidades que me levam a atitudes cépticas adultas, talvez por isso o momento de mudança nas filosofias de vida.

Trazendo para a idéia de mudar o mundo , se quisermos chegar a algum lugar as filosofias de vida devem apontar para as mudanças necessárias, porém esbarramos em uma cultura que não olha para os problemas que realmente precisam de atenção. Quer um exemplo? Pare e pense, quantas vezes alguém te pediu “umas moedinhas” e você sem pensar nem olhou para a pessoa, disse ‘não tenho’ e continuou andando?

Hoje vi algo que me fez sentir um lixo, estava saindo do metrô quando vi um homem ajoelhado,chorando e suplicando por ‘uma passagem de metrô’, qual foi a minha reação? Exatamente a descrita acima. Sério, me senti um lixo. O que é uma passagem de metrô pra mim? Nada! E eu não fui capaz de olhar pra ele.Pior, ainda fiquei tentando achar desculpas para compensar minha ação.

A esta altura do texto você já deve ter se perguntado o porque da foto, explico.

Proponho um exercício, observe toda a atmosfera da foto, todos os elementos,todas as expressões e tente imaginar qual a filosofia de vida deste casal. Abaixo o meu exercício:



‘Somente pessoas boas chegam ao fim da vida desta maneira. Pessoas que tomaram para si filosofias de vida que em momentos foram boas, em outros más e em outros eram apenas convenientes. Processo normal de vida.


Mas o que faz delas boas então? Acredito que saber escolher boas filosofias, estar aberto a melhoras e não a mudanças, mudanças podem ser más, melhoras não, óbvio.
Escolher a filosofia do amor pode parecer óbivio mas a responsabilidade desta escolha pode tornar as coisas mais dificeis.

Pessoas assim se adaptam e convivem bem.’

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